Exercício 5: narre o seu dia

Narre o seu dia para melhorar sua escrita.

Esse exercício é bom para criar uma memória dos seus dias e, fazendo isso, você tem uma percepção maior sobre si mesmo. O que está dando certo e o que pode ser melhorado.

Nós muitas vezes fazemos coisas no automático e nem nos damos conta das nossas falhas. Quando ajustamos pequenas coisas durante o dia, ao longo da semana, melhoramos e assim podemos alcançar melhores resultados.

Você não precisa escrever detalhadamente o seu dia, apenas as partes que acha mais importantes. Com o tempo, você vai melhorar e produzir textos cada vez melhores.

Exercício 4: continue o parágrafo e termine o texto

Continuando o exercício anterior, você pode dar sequência ao que já escreveu anteriormente. Continue o texto. Escreva mais um ou dois parágrafos e termine o texto.

Seu texto não precisa ser muito longo. Com quatro ou cinco parágrafos de quatro ou cinco linhas cada um é possível escrever um bom texto.

Exercício 3: escreva um parágrafo por dia

Se você não está habituado a escrever, comece com pouco. Escreva um parágrafo por dia apenas. Ele pode ser um resumo do seu dia, um pensamento ou ideia que teve, sobre um livro ou filme.

Apenas um parágrafo. Escreva por cinco minutos e com o tempo você pode escrever mais se quiser.

Exercício 2: preste atenção à sua leitura

Leitura atenta. Você tem que ler observando as palavras, como as frases são desenvolvidas e como os sinais de pontuação são empregados no texto. Preste atenção na ortografia das palavras.

Tente entender por que o autor usou as estruturas, pontuação e palavras daquela forma. Há sempre um motivo para o autor escrever do jeito que escreve. Depois, você pode aplicar essas técnicas aos seus textos.

Acredite, parece difícil, mas não é. Leia observando e você aprenderá muito sobre escrita lendo bons autores.

Faça sempre a leitura atenta para aperfeiçoar sua escrita, ortografia e gramática. Esse é um exercício para a vida toda.

Exercício 1: Leia um livro

Se você não está habituado a ler, comece pelos mais simples. Mais importante, mantenha uma constância de ler todos os dias, 10 minutos, 15 minutos, 20 minutos ou 30 minutos. Leia todos os dias.

No começo pode ser difícil sentar e ler por alguns minutos, manter o foco, mas se esforce porque vale a pena. Você tem que gostar do resultado que a leitura te dá. Só isso e ela pode te fazer uma pessoa melhor e mais rica se você aplicar o conhecimento dos livros.

Eu arrisco a recomendar alguns livros. O velho e o mar, de Ernest Hemingway é um livro fácil de ler. É bem escrito e a leitura flui. Quando li, fiquei encantado com a simplicidade da escrita e complexidade da mensagem e do conteúdo. Escrever difícil não é escrever bem.

Outro livro que posso recomendar é As Crônicas de Nárnia, de C. S Lewis. Ele é bem mais grosso, mais de 500 páginas, mas a história é envolvente e você possivelmente vai querer ler mais e mais.

Você pode também pedir sugestões para quem já tem o hábito de ler. Também pode ler livros da sua área profissional ou livros que podem te ajudar a conseguir algo que você tem como objetivo, por exemplo, Como fazer amigos e influenciar pessoas, de Dale Carnegie. Ou Desperte o gigante interior, de Tony Robbins.

Se não gostar de um livro, troque por outro. Leia sempre. Não pare.

Usar ou não o corretor do editor de texto do computador e celular?

Muitos professores de português recomendam desabilitar os revisores porque assim você se esforça a aprender a forma certa. Corretor é muleta e, além disso, corrige o erro, eles dizem.

Eu tenho uma opinião diferente.

Quem trabalha escrevendo e precisa escrever muito durante o dia com rapidez. O corretor sinaliza o trecho ou palavra errada. Assim, quem está corrigindo encontra com facilidade o erro e o corrige, se necessário. Sem corretor, muitos erros ortográficos podem passar porque, mesmo depois de muito revisar, alguns erros ainda passam despercebidos. Você pode revisar dez vezes e não prestar atenção aos erros. Se você estiver em dúvida quanto à marcação do computador, pesquise, tire a dúvida e escreva do jeito certo.

Não usar o corretor não fará você aprender mais português. O corretor facilita e economiza tempo. Use-o.

Revise seus textos

Mais importante que escrever o texto é revisá-lo. Não despreze nem negligencie essa etapa do processo de escrita. Ela é muito importante.

Revisar os textos é mais importante do que escrevê-los. O texto nunca está pronto quando terminamos de escrevê-lo. É na revisão que corrigimos, reescrevemos e cortamos as partes que não ficaram boas.

Depois de terminar de escrever, se você tiver tempo, deixe o texto descansar por um ou dois dias. Vá fazer outra coisa. Passado esse período, volte a lê-lo. Você vai ser capaz de identificar as partes que não ficaram boas e poderá reescrevê-las ou eliminá-las. Também vai ser capaz de ver erros ortográficos que passaram despercebidos e então corrigi-los.

Quando terminar esse processo de revisão, deixe o texto de lado novamente por algumas horas ou dias. Após, torne a revisá-lo mais uma vez tentando identificar os erros ortográficos, as partes mal escritas e as que podem ser cortadas. Repita esse processo mais algumas vezes até você se dar por satisfeito.

Nunca entregue ou publique um texto sem antes fazer uma rigorosa revisão. O ato de escrever tem fim, a revisão, não. Estes textos, por exemplo, passaram por diversas revisões antes de chegar até as suas mãos e provavelmente continuará sendo revisado para edições futuras. Você vai sentir vontade de editar um texto seu sempre que relê-lo, mas é preciso saber a hora de parar.

Como posso utilizar outro tipo ou gênero textual para escrever?

(Exemplo recomendado: conto)

Você precisa se familiarizar com os textos para poder escrever um no mesmo estilo. Comece a ler mais do tipo de texto que pretende escrever e depois tente copiar a forma e o estilo. Faça isso muitas vezes e com o tempo você vai começar naturalmente a criar o seu próprio estilo, com a sua cara e seu jeito.

Uma maneira mais simples de fazer isso é utilizar contos. Não que seja fácil, mas o conto é um gênero literário menos complexo de escrever. Porque ele é mais curto e as histórias não costumam ser lá muito profundas e desenvolvidas. A história acontece em um curto período de tempo, diferentemente de um romance em que a narrativa pode durar muitos e muitos anos.

Para isso, leia bastantes contos dos seus escritores favoritos e tente copiar a forma e o estilo deles. Utilize até mesmo as mesmas palavras. Você pode também, como já dito aqui, reescrever os contos com um novo ponto de vista. Imaginar outra forma e final para a narrativa.

A dissertação

A dissertação é o tipo textual mais pedido em vestibulares, ENEM e concursos, por este motivo ela está aqui neste guia. Porém, nosso principal objetivo é que você comece a escrever um texto narrativo e não dissertativo. Há um motivo para isso. É mais fácil começar a escrever textos mais descontraídos, como a narrativa, o conto e a crônica do que textos mais complexos como uma dissertação. Precisa ter conhecimento sobre o que vai escrever para fazer uma boa argumentação, do contrário o texto vai ficar mal escrito, informações equivocadas e o leitor vai abandoná-lo antes de terminar. Acredito que se você souber criar uma boa narrativa, vai passar pela dissertação sem problema.

A dissertação é o texto em prosa no qual o autor expressa seu ponto de vista sobre determinado assunto. Esse tipo de texto segue uma determinada estrutura e deve ser muito bem planejado. Dito isso, o autor precisa ter a capacidade de refletir, expor, explicar e analisar fatos para construir boa argumentação. Requer conhecimento sobre o assunto. Qualquer equívoco, hesitação ou parte mal escrita compromete todo o texto e o objetivo primordial: convencer o leitor.

Nesse tipo textual o autor deve manter a impessoalidade na escrita. Ele deve escolher escrever na 3.ª do singular, ele, com a partícula se para indeterminar o sujeito, ou 1.ª pessoa do plural, nós, e manter esse padrão até o final. Dessa forma, o texto passa mais credibilidade e mantém o distanciamento do autor.

O texto dissertativo possui três partes fundamentais: introdução, desenvolvimento ou argumentação e conclusão. Volte ao capítulo para relembrar e ver exemplo. Aqui dou breve explicação.

A introdução é a parte em que o assunto é apresentado de maneira clara e objetiva. O autor direciona o texto para o que ele vai discorrer. O leitor é informado sobre o que vai ler.

O desenvolvimento ou argumentação é a parte em que o autor vai discorrer sobre o assunto, apresentar informações relevantes, fatos e dados. É aqui que o autor vai tentar convencer o leitor do seu ponto de vista.

A conclusão é onde há breve retomada do que foi apresentado na introdução. A conclusão não é simplesmente o resumo ou a síntese do que foi exposto ao longo do texto. Ela exerce uma função muito maior que é de retomada do assunto a fim de reforçar o problema apresentado ao longo do texto e assim convencer o leitor de que a solução apresentada aqui é a melhor ação a ser feita.

Toda dissertação segue essa mesma estrutura. O autor argumenta, apresenta informações para embasar seu ponto de vista e convencer o leitor. Ela é a modalidade de texto mais requerida em concursos, vestibulares e no ENEM pois o autor precisa ter conhecimento prévio, estar por dentro de diversos temas da atualidade, possuir repertório sociocultural produtivo e ainda ter boa argumentação. Não é um texto muito difícil de produzir seguindo a sua estrutura fixa, mas a desenvoltura com a norma culta escrita da língua e argumentação podem pesar na hora de produzi-lo.

A redação do ENEM segue um padrão muito específico. Não basta apenas escrever bem, tem que seguir o roteiro. O estudante deve demonstrar domínio das cinco competências. São elas:

 

  1. Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa.
  2. Aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema.
  3. Apresentar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.
  4. Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.
  5. Elaborar proposta de intervenção social para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.

 

Será descontado ponto do estudante se ele não seguir esse padrão, mesmo escrevendo bem. Zerar na redação do ENEM pode ser pior, pois ele não poderá usar a nota para entrar nas universidades e será eliminado do ProUni, Sisu e FIES.

A minha dica para quem for fazer a redação do ENEM é pegar redações que tiraram 1000 e ler, analisar, estudar, produzir várias redações de temas variados contemplando as cinco competências e pedir para um professor corrigir. Seguir o roteirinho. Você vai tirar mil se fizer isso.

Esses são alguns tipos textuais e considero-os essenciais para qualquer um que deseja aperfeiçoar a habilidade de escrita. Além desses, existem muitos outros. Para cada tipo há uma exigência e linguagem diferente. Há aqueles textos mais técnicos, como artigos científicos, acadêmicos, relatórios, documentos e muitos. Se você precisar escrever algum tipo de texto não explicado aqui, busque modelos, leia-os, estude sobre eles e tente aos poucos escrever o seu. Escrever é prática e estar familiarizado com o tipo textual a ser escrito.

O artigo

O artigo como tipo textual também é muito comum. Aqui, tratarei do artigo jornalístico.

Em jornalismo, o artigo é um texto dissertativo-argumentativo no qual o autor expressa sua opinião sobre determinado assunto e tem como principal objetivo persuadir o leitor. Eles são escritos para jornais, revistas e sites.

Os artigos possuem a mesma estrutura já mencionada anteriormente no Capítulo Cinco: Escrevendo. Esse tipo de texto tem como características principais a linguagem simples e objetiva, temas da atualidade, títulos polêmicos e provocativos, publicados em periódicos (jornais, revistas) e são escritos em primeira ou terceira pessoa do singular.

Para exemplos de artigos, você pode acessar os principais jornais do país e entrar na seção Opinião.