Antes de começar a escrever, acho importante definir língua falada e língua escrita. Nós não falamos da mesma maneira que escrevemos e também não escrevemos da mesma maneira que falamos. Há palavras que escrevemos, mas não falamos e há palavras que falamos, mas não escrevemos.
A língua falada é dinâmica, é rápida e muitas vezes fazemos sem pensar muito. Apenas falamos o que temos que dizer. É um processo natural. Ela possui marcações, vícios, pausas e hesitações que não ficam bem na escrita. Se tentarmos reproduzir a fala na escrita, o texto fica chato, ruim, cansativo. Mesmo que seja interessante fazer essas reproduções, é preciso ter cuidado. E está tudo bem falarmos do jeito que falamos.
A escrita é um processo mais pensado, trabalhado e demorado. Ela é a representação da fala. Quando vamos escrever, temos que estar atentos a três coisas: para quem, como e o que queremos dizer. O público para o qual vamos escrever merece uma determinada linguagem. É necessário adaptar a escrita a esse público. A forma como vamos escrever também é importante porque cada um recebe a informação de formas diferentes. Estamos escrevendo para jovens ou para pessoas com mais idade? Qual a faixa etária? Dependendo do nosso público, nossa escrita pode ser mais descolada, descontraída ou mais formal. Tudo depende do bom senso. Às vezes, podemos ter uma escrita mais coloquial e isso cai bem. Às vezes, não. E o que vamos escrever? Esta questão precisa estar bem clara e definida. Uma forma de definir o que vamos escrever é fazer uma lista das ideias principais, tópicos e palavras-chave. Fazer um brainstorming pode ajudar bastante e falarei disso mais adiante.
O que geralmente faço é meio que criar o texto na cabeça. Fico pensando em como vou estruturar o texto, pelo menos o começo. E quando vou passar para o papel, ele vai saindo. Dá certo na maioria dos casos. Às vezes, tenho que reestruturar ou reescrever o texto todo. O importante é escrever e colocar as ideias no papel.
Guilherme Rodrigues