É verdade que muitos escritores cursaram Letras ou Jornalismo. Mas não são a maioria. Eu mesmo fiz Letras porque gosto de escrever e pensei que me ajudaria a me tornar um escritor. Ainda não virei escritor e o curso não me ajudou muito, quase nada, na escrita.
Vamos citar alguns exemplos. A escritora R. J. Palacio autora de Extraordinário foi diretora editorial, editora de arte, designer gráfica, ilustradora e chegou a desenhar dezenas de capas de livros antes de publicar seus próprios livros.
O autor de O Pequeno Príncipe, Antoine de Saint-Exupéry, era aviador. O narrador do seu célebre livro também é aviador e é uma referência à sua experiência quando caiu no deserto do Saara com seu avião.
George Orwell autor de A Revolução dos Bichos era policial e depois virou jornalista. O escocês Arthur Conan Doyle criador do detetive Sherlock Holmes era médico. Vladimir Nabokov escritor de Lolita era entomologista (estudava insetos), era bem famoso e respeitado nesse meio acadêmico. Stephen King foi zelador e faxineiro em uma escola de ensino médio antes de virar escritor de mais de 60 livros e ter adaptações para o cinema.
Só para citar alguns. A lista é enorme e eu poderia ficar aqui exaustivamente citando escritores que não são formados em Letras ou Jornalismo. A questão é que há mais gente não especializada em áreas da língua e da escrita escrevendo do que o contrário. Qualquer um pode escrever.
Usamos muito a linguagem escrita no nosso cotidiano e é bom mantermos um nível adequado para escrever um e-mail, um bilhete, nossos trabalhos e nos expressar. Por ser algo frequente em nossa vida, é mais fácil qualquer pessoa desenvolver essa habilidade do que, por exemplo, conhecer a fundo física quântica que, apesar de ser um saber válido e importante, não o utilizamos diariamente, a não ser que você seja um físico e cientista.
Guilherme Rodrigues